O nosso método

Para garantir o rigor da informação publicada, o Viral adopta uma metodologia que vai ao encontro das melhores práticas jornalísticas.

O método do Viral começa no momento da seleção da informação suscetível de verificação. Essa escolha resulta da ponderação de vários fatores. Os mais relevantes são o seu interesse público (trata-se ou não de uma informação cuja clarificação é importante para a comunidade?), a sua relevância jornalística (sendo pertinente para a comunidade, é um tema que se enquadra no âmbito editorial do Viral, que é uma publicação vocacionada para questões relacionadas com a saúde pública?), bem como o alcance da desinformação em causa (trata-se de um fenómeno sem expressão e extremamente localizado ou estaremos perante algo mais sólido, com forte potencial para se massificar, nomeadamente nas redes sociais?). Depois deste processo inicial de seleção, seguem-se cinco passos:

  • Consultar a fonte original da informação
  • Consultar fontes de natureza documental que possam solidificar o processo de checagem
  • Ouvir os autores da afirmação, dando-lhes o direito de a explicar
  • Contextualizar a informação
  • Avaliar a informação de acordo com uma escala de avaliação

A nossa política de transparência

Tal como acontece com as organizações de referência do fact-checking mundial, o Viral subscreve integralmente o Código de Princípios da International Fact-Checking Network:

1 – Compromisso com o não-partidarismo e com a justiça

Os signatários analisam as declarações utilizando o mesmo padrão para todos os fact checks. Não concentram a sua prática de verificação dos factos num ou noutro lado. Seguem o mesmo processo para cada fact check e deixam as evidências ditar as suas conclusões. Não tomam partido relativamente aos assuntos que verificam.

2 – Compromisso com a transparência das fontes

Os signatários pretendem que os seus leitores possam verificar as conclusões por si próprios. Fornecem informação sobre todas as fontes com detalhe suficiente para que os leitores possam replicar o trabalho, exceto em casos em que a segurança pessoal de uma fonte possa ficar comprometida. Nesses casos, fornecem o maior número de detalhes possível.

3 – Compromisso com a transparência do financiamento

Os signatários são transparentes em relação às fontes de financiamento. Se aceitam financiamento de outras organizações, garantem que os financiadores não têm qualquer influência nas conclusões a que chegam nos seus artigos. Detalham o perfil profissional de todas as figuras chave da sua organização, e explicam a sua estrutura organizacional e estatuto legal. Indicam claramente aos leitores uma forma de comunicarem com a organização.

4 – Compromisso com a transparência da metodologia

Os signatários explicam a metodologia que usam para selecionar, investigar, escrever, editar, publicar e corrigir os fact checks. Estimulam os leitores a enviar declarações para verificar e são transparentes sobre porque e como investigam.

5 – Compromisso com correções abertas e honestas

Os signatários publicam a sua política de correções, que seguem escrupulosamente. Corrigem de forma clara e transparente, em linha com a sua política de correções, procurando ao máximo assegurar que os leitores veem a versão corrigida.

Considera que algum destes preceitos não foi cumprido com rigor? Pode – e deve – remeter as suas dúvidas para este endereço. Também pode chegar até nós através dos contactos disponíveis no site.

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– Entre as nossas prioridades está a salvaguarda da privacidade das pessoas, sobretudo quando há a possibilidade de estas sofrerem qualquer tipo de consequências por parte de terceiros, decorrentes do nosso trabalho. Por esse motivo, sempre que se justifique eliminamos a sua identidade. Do mesmo modo, também temos como norma a eliminação da identidade dos produtores originais de desinformação, nomeadamente nas redes sociais.

– Fazêmo-lo por dois motivos: 1) Para evitar que essas pessoas, que frequentemente divulgam desinformação por distração ou ignorância, sejam potenciais alvos de represálias físicas ou quaisquer outras; 2) Para que os que leiam as nossas verificações de factos não tenham acesso direto ao espaço de um potencial promotor de desinformação. Por estes motivos, quando publicamos um screenshot de um post no Facebook ou de um tweet, a autoria do mesmo surge anonimizada. Sempre que se trate de um notório e insistente produtor de desinformação, é dada nota dessa informação no texto de verificação de factos.

– Este critério não se aplica às figuras públicas, sejam elas políticos, artistas, comentadores ou desportistas. Consideramos que este tipo de personalidades – especialmente os políticos – têm especiais responsabilidades perante a população e que só um escrutínio aberto e totalmente transparente pode contribuir para que elas subam os patamares de exigência no que respeita às suas intervenções no espaço público.

– O nosso método passa por contactar sempre o visado num fact-check. Esta opção adquire especial relevância quando se trata de titulares de cargos políticos, de empresas ou instituições, sejam elas públicas ou privadas. Há exceções a esta regra, como quando se trata de uma falsidade repetida pela mesma figura ou instituição e que já tenha sido verificada anteriormente pelo Viral. A regra passa sempre por publicar a defesa do visado, a quem é sempre dado o tempo considerado razoável para responder, se for essa a sua intenção. Quando a resposta só é dada depois desse período, o artigo é atualizado com a referência do dia e hora de atualização. Se essa atualização exigir uma mudança de avaliação, ela é feita, com a menção expressa do dia e da hora a que foi feita.

– Ainda no que respeita à nossa política de privacidade, consideramos que os menores devem ser protegidos, não sendo expostos em imagens, nem identificados ou entrevistados sem o consentimento escrito dos seus pais ou dos responsáveis legais pela sua proteção. A exceção a esta regra surge quando se dá o caso de o menor ser uma figura pública.

– Também não publicamos qualquer tipo de informação privada como documentos de identificação (por exemplo, fac-similes de cartões de cidadão), números de telefone, moradas pessoais ou outros dados que poderão facilitar comportamentos de potencial assédio e/ou ameaças à integridade física e emocional.

– O Viral não faz acordos de natureza comercial ou qualquer outra com partidos políticos. Consideramos que, sendo um dos nossos principais focos o escrutínio dos titulares de cargos políticos, qualquer espécie de envolvimento com os partidos que representam significaria necessariamente um conflito de interesses.

– Os membros da estrutura societária da empresa que detém o Viral só devem ser protagonistas de notícias produzidas pela organização quando tal se justifique por critérios editoriais. Nesses casos, deverá ser referido de forma muito clarao seu papel na organização.

– Sempre que um membro da estrutura do Viral tiver alguma ligação familiar com um protagonista visado pelo nosso trabalho, essa informação será fornecida ao leitor.

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O NOSSO CÓDIGO DE CONDUTA

Todos os funcionários do Viral assinam o Código de Conduta da organização, composto por oito pontos:

1 – Desempenhar as tarefas que lhes são atribuídas com o máximo empenho e em respeito ao caráter independente que está na base da credibilidade do Viral.

2 – Não tomar em qualquer fórum, nomeadamente nas redes sociais em que estão presentes, posições políticas em nome do Polígrafo ou que o possam implicar. Deve ficar bem claro que todas as posições políticas que o colaborador tome só o implicam a si como indivíduo e nunca à organização.  Esta norma aplica-se com especial enfoque aos membros da organização que desempenham tarefas jornalísticas, que devem ter o cuidado de não divulgar conteúdos que, aos olhos dos leitores, possam criar dúvidas sobre a sua isenção relativamente aos protagonistas que diariamente analisam no âmbito das suas funções.

3 – Respeitar integralmente os mais elevados princípios do rigor, da isenção, da imparcialidade, da confidencialidade, da transparência e da ética profissional e deontológica que são exigidos a uma organização que tem responsabilidades públicas decorrentes da sua natureza.

4 – Basear o seu trabalho no respeito pelos direitos fundamentais e liberdades públicas, evitando qualquer ação que possa levar à discriminação com base no nascimento, origem racial ou étnica, género, sexo, orientação sexual, religião, crenças políticas, deficiência, idade ou qualquer outra condição ou circunstância pessoal ou social.

5 – Abster-se de trabalhar temas em que tenham um interesse pessoal ou que possam configurar um conflito de interesses.

6 – Assegurar que não têm qualquer tipo de dependência política ou financeira relativamente a um partido político, ao Governo, ao aparelho do Estado ou a qualquer empresa sob tutela de um partido político ou do Governo.

7- Não aceitar qualquer tratamento privilegiado decorrente da sua atividade. Os membros do Viral devem recusar qualquer oferta, favor ou serviço em condições vantajosas, que vá além dos costumes sociais e de cortesia convencionalmente tidos como normais.

8 – Aceitar que o seu trabalho seja editado, corrigido ou eliminado pelos seus superiores hierárquicos, depois de lhes ser dada uma explicação para qualquer destas decisões.

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A nossa política de correções

Sempre que o Viral errar, corrigirá o erro de forma muito visível, comprometendo-se a republicar o conteúdo já corrigido no mais curto espaço de tempo possível e com igual destaque ao que foi dado ao texto original.

Na correção deve estar muito claramente identificado qual foi o conteúdo que se verificou estar incorreto, bem como a hora a que a mesma foi efetuada. Se, na sequência da correção, se justificar uma mudança da avaliação da informação, ela será feita.

Todos os pedidos de correcção são analisados, independentemente de estar em causa um pequeno ou um grande erro.

O contacto pode ser feito através das várias plataformas em que o projeto se encontra presente ou diretamente, através de um e-mail dirigido ao endereço geral (contactos@viralcheck.pt), aos autores dos fact checks ou à sua diretora, Sara Beatriz Monteiro.

Como fazer comentários?

Qualquer comentário deve ser feito diretamente ao autor do texto em questão, através dos canais próprios disponibilizados no site, à diretora do jornal, Sara Beatriz Monteiro, ou através do endereço de correio eletrónico geral: contactos@viralcheck.pt.